ItaCast entrevista Jonatã e Ana Laura
- Eliseu Matioli

- há 23 minutos
- 3 min de leitura
Entrevista realizada dia 17 de novembro de 2025

Na última segunda-feira, 17 de novembro, o ItaCast recebeu dois jovens itapolitanos para uma conversa franca e intensa sobre o ENEM 2025 e, sobretudo, sobre a atual situação da educação pública no Estado de São Paulo. Os entrevistados foram Jonatã Henrique da Maia, aluno do 3º ano do ensino médio da Escola Moraes Barros, e Ana Laura Rossi Solla, também estudante do 3º ano na Escola Valentim Gentil. Ambos participaram do ENEM deste ano e compartilharam suas impressões sobre a prova, o tema da redação e o preparo oferecido pelas escolas.
Logo no início do bate-papo, os estudantes destacaram os desafios enfrentados antes mesmo do exame: a preparação fragmentada, a ausência de disciplinas fundamentais e a sensação de despreparo generalizado entre muitos colegas.
Segundo eles, as mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio têm impactado diretamente o desempenho dos alunos em avaliações externas — especialmente em provas que exigem domínio amplo de conteúdos tradicionais, como Matemática, História, Química, Biologia e Física.
Os dois reforçaram que matérias essenciais para o ENEM e para vestibulares em geral foram reduzidas ou, em alguns casos, praticamente eliminadas da grade curricular, gerando insegurança e um sentimento de abandono por parte dos estudantes.
Críticas ao ensino público e à estrutura escolar de Itápolis
O debate esquentou quando os alunos analisaram a realidade local. Ambos fizeram duras críticas ao ensino público atual e às condições das escolas em Itápolis. Eles destacaram a superlotação das escolas de ensino regular, que enfrentam salas cheias e estrutura limitada para atender à alta demanda. Em contrapartida, apontaram o esvaziamento das escolas de tempo integral, que, mesmo oferecendo melhor estrutura, não recebem o apoio e incentivo necessários para manter um número adequado de alunos.
A discussão refletiu um cenário que não é exclusivo de Itápolis, mas que, segundo os entrevistados, vem se agravando na cidade: falta de professores, carga horária mal distribuída, ausência de atividades escolares complementares e pouco estímulo ao desenvolvimento acadêmico aprofundado.
Professores participam e engrossam as críticas ao Governo do Estado
Durante a transmissão ao vivo, diversos professores da rede estadual participaram do chat e aproveitaram o espaço para expressar indignação com a condução da educação paulista. Comentários ao vivo reforçaram que o modelo atual não só prejudica os estudantes, mas também sobrecarrega os profissionais da educação, que se sentem cada vez mais limitados para ensinar diante de um currículo enxuto e desconectado das exigências dos grandes exames.
As críticas ao Governo do Estado de São Paulo foram numerosas, principalmente sobre a implementação do Novo Ensino Médio e sobre a falta de investimentos estruturais. Professores relataram que muitas escolas enfrentam superlotações, ausência de espaços adequados e, em alguns casos, até falta de materiais básicos.
Um alerta vindo da juventude
A entrevista terminou com uma reflexão importante: a percepção de que os maiores prejudicados pelas mudanças no ensino são justamente aqueles que mais dependem da educação pública para construir o futuro. Jonatã e Ana Laura, com maturidade e clareza, deixaram um alerta: se não houver revisão urgente do modelo educacional, muitos jovens continuarão enfrentando dificuldades para ingressar no ensino superior e para competir em igualdade nos principais vestibulares do país.
Para conferir o bate-papo completo e muito mais, basta acessar o canal do YouTube do Grupo ItaCast, também é possível ouvir a entrevista pelo Spotify.





